Lula recebe Cidadania Honorária de Paris
Nesta quinta (03) a Câmara Municipal de Paris concedeu a Lula o título de Cidadão Honorário de Paris.
Desde que foi instaurada, em 2001, a honraria foi atribuída a 17 personalidades presas ou em perigo por suas opiniões políticas. Após Nelson Mandela, Taslima Nasreen e Shirin Ebadi, Lula obtém a proteção da cidade de Paris e está reconhecido como um perseguido político, vítima de um processo injusto. Outro brasileiro que fora agraciado com a honraria fora o Cacique Raoni em 2011.
O Conseil de Paris, uma espécie de Câmara dos Vereadores da capital francesa, afirma que a luta de Lula pelos direitos humanos, a justiça social, a proteção do meio ambiente, são “valores guardados pela cidade de Paris e que colocaram o político em perigo pelo seu engajamento”. O Conseil considera que através da figura do ex-presidente “todos os defensores da democracia no Brasil são atacados” e “pela luta constante da cidade de Paris pelos direitos humanos, expressa seu desejo em conceder a homenagem”. O Conseil leva em consideração que Lula foi preso no momento em que era o favorito para vencer as eleições no Brasil. O documento diz ainda que o juiz que o julgou, Sérgio Moro, virou ministro da Justiça do seu candidato concorrente.
Leia a íntegra do documento a seguir:
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, recebe o Título de Cidadão Honorário da prefeitura de Paris
Em comprometimento com a defesa dos Direitos Humanos e ao livre exercício de suas funções eletivas, o Conselho de Paris (equivalente à Câmara Municipal) atribuiu a Cidadania Honorária de Paris a Lula, na data de 3 de outubro de 2019.
Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por Lula e ex-presidente do Brasil, atualmente cumpre uma pena de oito anos e dez meses de prisão. Detido no dia 4 abril de 2018 quando era franco favorito às eleições presidenciais de 2018, a condenação causou sua inegibilidade e a necessidade de uma mudança de candidato presidencial no seu partido.
Assim, o Comitê de Direitos Humanos da ONU solicitou às autoridades brasileiras a garantia dos direitos civis e políticos de Lula, notadamente aquele que assegurava a sua candidatura. Este direito lhe foi negado, apesar dos inúmeros apelos por parte de Chefes de Estado europeus, parlamentares franceses e juristas internacionais, denunciando a inconsistência das provas apresentadas pela acusação e as condições da detenção de Lula.
O jornal investigativo americano The Intercept revelou que o juiz, autor da condenação, agiu em conluio com os procuradores da operação anti-corrupção “Lava-Jato” para impedir que Lula se apresentasse às eleições presidenciais de 2018. Em julho de 2018, uma decisão judicial que determinou a ilegalidade da prisão do ex-presidente e solicitou sua liberação imediata foi revogada por ordem deste juiz.
O comprometimento do presidente Lula para a redução das desigualdades sociais e econômicas no Brasil possibilitou a saída de quase 30 milhões de brasileiros da extrema pobreza, bem como seu acesso a direitos e serviços básicos. Lula é igualmente conhecido por uma política afirmativa de luta contra as discriminações raciais, particularmente notórias no Brasil. Através da figura do ex-presidente, todos os defensores da democracia no Brasil são atacados.
Prefeitura de Paris
3 de outubro de 2019
Comunicado de imprensa
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