Lula: “Não podemos perder a esperança”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma live com canais YouTube da mídia alternativa ontem à tarde. Entre outros assuntos, Lula falou sobre a situação política no Brasil e a possibilidade de formação de uma frente ampla, a abordagem desastrosa de Jair Bolsonaro em relação à crise de Covid-19, e os interesses por trás da Lava Jato.
“Eu não quero que se repita no Brasil o que aconteceu no Egito. Eu quero que a gente tire Bolsonaro democraticamente e dê a chance para o povo brasileiro escolher alguém civilizado”, afirmou ao comentar os diversos crimes de responsabilidades cometidos pelo atual presidente.
Nesta semana, o Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) aceitou uma denúncia contra Bolsonaro por crimes contra a humanidade. O tribunal, que julga violações de direitos humanos, foi criado em 2002 através do Estatuto de Roma, tratado que também tipifica o crime de genocídio. Bolsonaro pode ter que responder pelos dois.
“[Bolsonaro] vai ser historicamente responsabilizado por um genocídio. Ele está sendo irresponsável no trato (…), deveria ter seguido o exemplo de Alberto Fernández na Argentina, e de outros países que, de forma ponderada, fizeram a lição de casa”, completou Lula.
Em duas horas e meia de conversa, o ex-presidente também comentou sobre as origens internacionais das crises econômica e política que o Brasil atravessa hoje.
De acordo com Lula, a campanha de fake news que elegeu Bolsonaro e a Lava Jato tiveram financiamento estrangeiro, para desmontar o Brasil. “A Lava Jato foi criada no Departamento de Justiça dos Estados Unidos com o objetivo de, primeiro, quebrar as indústrias de engenharia do Brasil e, segundo, destruir o pré-sal. (…) [Isso] porque éramos competitivos no mundo inteiro. As indústrias de engenharia do Brasil estavam no Oriente Médio, Rússia, em Miami. Em quase todo o continente africano, e em quase toda a América do Sul”.
Lula avalia que a situação é difícil, mas que ainda é possível recuperar o país. “É o momento mais triste que eu vivi na história do Brasil. (…) Não [podemos] perder a esperança, atrás de uma desgraça sempre vem a possibilidade de melhorar e temos que aprender com essas coisas”.
Assista a coletiva na íntegra: