3 de outubro de 2019
Foto: Migalhas

Migalhas esteve há pouco na sede da Polícia Federal, em Curitiba, para uma entrevista exclusiva com Luiz Inácio Lula da Silva. Na longa conversa, opiniões contundentes do ex-presidente sobre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, o papel da Suprema Corte brasileira, e a influência norte-americana no país. Com o recém-lançado livro de Rodrigo Janot nas mãos, Lula assegurou: até o último suspiro, vai gritar e lutar por sua inocência. Acompanhe logo mais toda a cobertura do Migalhas.

Quarta-feira, 2 de outubro de 2019
Em entrevista exclusiva nesta quarta-feira, 2, Luiz Inácio Lula da Silva rebate a ideia de que estaria desrespeitando a Justiça por se recusar a progressão para o regime semiaberto – solicitado pela força-tarefa da Lava Jato.

Veja a explicação do ex-presidente abaixo:


Tendo sido o presidente da República após a redemocratização que mais indicações fez ao STF – foram oito durante os dois mandatos -, Luiz Inácio Lula da Silva assegura: não se arrepende de nenhuma delas. Nesta quarta-feira, 2, diretamente da sede da PF em Curitiba, onde cumpre a condenação na operação Lava Jato, o ex-presidente concedeu uma entrevista exclusiva ao Migalhas.


“É preciso respeitar pessoas que estão exercendo o cargo.” Essa é a opinião do ex-presidente Lula ao criticar promessa de cargo no Supremo antes de haver vaga aberta na Corte. A declaração é referente à promessa de Bolsonaro a Moro sobre vaga de Celso de Mello – que só será pego pela compulsória em novembro de 2020. Ao Migalhas, o ex-presidente alfinetou: “tem uma coisa que a gente traz da educação que a gente teve”.

Assista:


O ex-presidente Lula segurava nas mãos o recém-lançado livro de confissões lançado pelo ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, quando encontrou com a equipe do site Migalhas para uma entrevista exclusiva. Entre suas falas, Lula contou que sempre soube da “farmacinha” de Janot, apelido de geladeira que o ex-PGR mantinha com bebidas alcoólicas no gabinete. “Essa gente não tem noção da responsabilidade do cargo que exerce.”


Ao falar do atual presidente da República, Lula lembra que Bolsonaro foi eleito, tem quatro anos de mandato e pode governar. “Não adianta a oposição ficar inquieta querendo que o Bolsonaro derreta, que ele acabe.” A fala foi proferida em entrevista exclusiva concedida pelo ex-presidente ao site Migalhas. “Deus queira que ele faça a coisa certa, para o povo brasileiro não sofrer”, destaca. E finaliza: “o mesmo povo que elege é o mesmo povo que deselege, que não elege outra vez”.


“Demonstrou uma relação humanista muito grande”, disse Lula sobre ligação do ministro Gilmar Mendes ao ex-presidente durante o velório de seu neto. “Por detrás daquela fisionomia dura, às vezes carrancuda, tem humanismo.” O episódio foi revelado ao Migalhas em abril, em entrevista concedida pelo ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates.


“A desgraça de quem conta a primeira mentira é que passa o resto da vida mentindo para justificar a primeira mentira. E eles construíram a mentira do Dallagnol, do PowerPoint. O Moro construía a mentira do contexto. Com base nisso, nada valia”, afirmou Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista exclusiva ao Migalhas.


“Prender cidadão do jeito que eles fizeram, manter o cara condenado 30, 40, 50 anos, e depois falar para o cara: olha, tem um prêmio. O baú da felicidade é vocês citarem o nome do Lula.” A afirmação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em entrevista exclusiva ao Migalhas na última quarta-feira, 2, assegura: sempre foi objeto de desejo da operação Lava Jato.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando perguntado acerca da malfadada Fundação Lava Jato – aquela com a qual a força-tarefa de Curitiba pretendia gerir um orçamento bilionário voltando para “políticas públicas” – vaticinou que a entidade era “um partido político que o Dallagnol queria criar”.

Migalhas