6 de agosto de 2020
Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Edson Fachin durante sessão na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), para o julgamento de mais um pedido de liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu nesta terça excluir a delação do ex-ministro Antonio Palocci da ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com placar de dois votos contra um, a Segunda Turma da Corte Suprema (STF) determinou a exclusão da delação do ex-ministro Antonio Palocci, atendendo uma solicitação da defesa de Lula de violação de imparcialidade. A delação de Palocci foi incluída ao processo contra Lula pelo então juiz federal Sergio Moro, seis dias antes da realização do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 no Brasil.

De acordo com dirigentes do Partido dos Trabalhadores e com a defesa de Lula esta foi outra demonstração dos objetivos políticos de Moro, que se tornaria ministro da Justiça sob o governo de ultra-direita de Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, postou na sua conta no Twitter: “É oficial: Moro atuou para eleger Bolsonaro”

Segundo um dos magistrados da turma, Ricardo Lewandowski, a atuação de Moro tinha a intenção de gerar, ao que parece, um feito político, e revela um rompimento da ordem constitucional.

Os advogados do ex-presidente brasileiro já haviam conseguido uma vitória na Segunda Turma, com o mesmo placar e votos. Nesta outra decisão, os ministros garantiram a Lula acesso a todos os documentos utilizados no acordo de leniência entre a construtora Odebrecht e o Ministério Público Federal (MPF).

Neste processo Lula é acusado de receber um terreno no valor de 12 milhões de dólares da Odebrecht para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula na cidade de São Paulo.

TeleSur