19 de outubro de 2019
Foto: reprodução / The Intercept Brasil

O ex-juiz Sergio Moro direcionou ações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato desde ao menos 2015, revelam diálogos publicados pelo Intercept Brasil neste sábado (19).

Reportagens anteriores da série #VazaJato já haviam demonstrado a relação de proximidade que Moro mantinha, em segredo, com os procuradores da força-tarefa para construir acusações que, depois, dizia julgar imparcialmente.

Nestes novos chats entre procuradores e delegados, vazados do aplicativo Telegram, o teor das conversas deixa claro que Sergio Moro também era tratado como uma espécie de chefe pela Polícia Federal. O ex-juiz indicava quais operações deveriam ser deflagradas, e mesmo até os materiais que deveriam ser apreendidos durante as buscas.

Foi o que aconteceu na operação da PF no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 2016, onde estavam temporariamente abrigados alguns dos pertences do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A conversa entre os integrantes da Lava Jato, ocorrida um pouco antes da operação, mostrou que não apenas a orientação geral de Moro para que eles ‘agissem com parcimônia’ foi repassada, mas também que os procuradores e delegados aguardavam que o ex-juiz dissesse quais objetos do ex-presidente deveriam apreender. A operação ocorreu pouco antes do ex-juiz autorizar uma condução coercitiva ilegal contra o ex-presidente.

A relação próxima entre Sergio Moro, procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e os agentes da Polícia Federal constituem violação do capítulo 3 do Código de Ética da Magistratura e do artigo 25 do Código de Processo Penal brasileiro, e é um claro indício de que o magistrado não atuou com imparcialidade ao longo da operação.

Com informações do Intercept Brasil. Leia a reportagem na íntegra aqui.