25 de novembro de 2019
O ex-juiz Sergio Moro. Foto José Cruz /Agencia Brasil

O ex-juiz Sergio Moro contrariou o seu próprio padrão de decisões quando autorizou levantamento de sigilo das investigações contra Lula da Silva em 2016, de acordo com averiguação interna da Operação Lava Jato.

Foi a primeira e única vez que o ex-juiz anexou áudios de escutas aos autos de um processo e depois disponibilizou os arquivos com grau de sigilo zero, o que ocorreu no mesmo dia em que Dilma Rousseff nomeou Lula como o seu próximo ministro da Casa Civil. A divulgação repercutiu em toda a imprensa imediatamente agravou as tensões políticas, já bastante altas com a proximidade da abertura do processo de impeachment contra Rousseff.

A pesquisa feita pela força-tarefa da Curitiba pretendia justificar a decisão de levantar o sigilo como padrão e defender o ex-juiz da repercussão negativa que sua decisão teve na opinião pública. Para isso, analisou oito processos similares sob a responsabilidade de Moro, mas só conseguiu constatar a exclusividade de sua conduta quando o assunto é o ex-presidente Lula. O levantamento do sigilo foi restrito em todas as outras investigações supervisionadas pelo ex-juiz na Lava Jato.

Dentre os grampos que foram tornados públicos, está a conversa com Dilma Rousseff. Trata-se de uma interceptação ilegal uma vez que, como presidente da República, Dilma só poderia ser investigada com autorização do Supremo Tribunal Federal.

Na época, Moro também foi duramente criticado pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki, que anulou as decisões do ex-juiz no processo alguns meses depois.

Com informações da Folha de S. Paulo. Leia a matéria na íntegra aqui.