7 de agosto de 2018

Com apoio de entidades que compõem a Frente Brasil Popular, a Marcha Nacional Lula Livre, convocada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi lançada na última sexta-feira (3) em um evento no Armazém do Campo, loja agroecológica do MST localizada no centro de São Paulo.

Para Alexandre Conceição, da coordenação Nacional do MST, a marcha visa chamar a atenção da população para a grave crise econômica e política que o Brasil atravessa. “Ela tem o sentido de ser uma marcha pedagógica. A marcha ganha esse caráter de ser uma marcha da classe trabalhadora para lutar contra as retiradas de direitos, mas principalmente para a retomada da democracia como elemento principal da marcha. Não há democracia com Lula preso”, diz.

Os sem-terra vão caminhar 50 quilômetros em cinco dias. Eles saem de três cidades — Formosa (GO), Luziânia (GO) e Engenho das Lages (DF) — no dia 10 de agosto em direção à capital federal. Em cada parada feita pelos manifestantes, uma programação com rodas de conversa, teatro e intervenções de agitação e propaganda serão feitas a fim de levar cada vez mais o debate sobre a democracia ao povo.

Katty Hellen, coordenação nacional do Levante Popular da Juventude conta que o coletivo pretende mobilizar cerca de 300 militantes para estar em marcha. “Com a marcha a gente espera que a gente consiga homologar a candidatura do Lula, que ele seja candidato à Presidência da República para que a gente possa retomar a via democrática no nosso país e derrubar as reformas que foram feitas e que são tão danosas à classe trabalhadora”.

A chegada a Brasília acontece dia 15 de agosto, último dia para o registro das candidaturas que vão disputar as eleições presidenciais em 2018. Nesta data acontece um grande ato organizado por entidades e partidos de esquerda em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Katty aponta a candidatura do ex-presidente Lula como essencial justamente por ser algo almejado pelos brasileiros, além de dar fim à sequência do golpe.

“O povo brasileiro quer que Lula seja eleito, quer que Lula seja presidente e a gente acredita que a candidatura do Lula finda com o golpe do estado iniciado em 2016”, afirma.

Pesquisa divulgada pelo Datafolha em 10 de junho, dois meses após a prisão de Lula, revelou que o petista tem 30% das intenções de voto, o que o coloca em primeiro lugar bem à frente de seus concorrentes.

Durante a marcha, a defesa da candidatura de Lula e a luta pela democracia se somam a outras reivindicações e denúncias. Alexandre acredita que a marcha será uma oportunidade para falar ao povo sobre a reforma agrária popular e outros projetos possíveis para o Brasil. “Nós estamos com bastante animação e alegria de poder caminhar em Brasília para buscar a liberdade de Lula e as eleições limpas e livres para que a gente possa ter direito de votar no nosso candidato, na nossa proposta e no nossos projeto”, conclui.

 

Histórico
Este tipo de mobilização nacional não é novidade para o MST. O movimento marchou em 1997 e em 1999 durante governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contra as privatizações, pela reforma agrária e denunciando o massacre de Eldorado de Carajás. Além disso, em 2005, durante o primeiro governo Lula, houve uma grande marcha reivindicando reforma agrária e mais direitos para os trabalhadores do campo.

Edição: Diego Sartorato

Brasil de Fato