20 de novembro de 2019

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suspeição de parcialidade do ex-juiz Sergio Moro deve abrir o caminho para que se faça justiça nos seus casos.

“A justiça será feita quando estes cidadãos (Moro e os procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba), forem punidos pelas instituições”, disse Lula durante uma entrevista ao jornalista Fernando Morais, do canal YouTube Nocaute.

Esta foi a primeira entrevista desde que o ex-dirigente operário conseguiu sua liberdade, no dia 8 de novembro, após cumprir 580 dias de prisão política na sede da Polícia Federal de Curitiba, capital do estado do Paraná.

“Espero que a votação na Corte Suprema restaure a verdade”, reafirmou.

Interrogado sobre as alianças da esquerda para competir nas eleições de 2022, respondeu que o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual é fundador, deveria apresentar seus próprios candidatos no maior número de cidades possível.

Em caso de segundo turno, apenas estabeleceriam alianças se o candidato do PT não concorrer nesta etapa. Então, um aliado poderia receber apoio.

Segundo Lula, a estratégia é justificada pelo fato de que o PT precisa liderar a coalizão para poder se autodefender e porque tem candidatos mais fortes que os aliados.

“As pessoas precisam apresentar melhores candidatos que o PT. Não podemos começar do zero, do contrário perderemos força. E o PT, mais que os outros partidos, precisa sair na televisão para defender o partido”, argumentou.

Afirmou que “o PT deveria ter protestado mais em relação à vitória de (Jair) Bolsonaro (nas últimas eleições presidenciais), porque foi ilícita. Foi um roubo, mas o partido calculou que era correto respeitar”.

Sobre o roubo, fez alusão ao uso massivo de fake news (notícias falsas) contra o PT e o candidato Fernando Haddad no segundo turno das eleições de 2018.

Recentemente, o ex-sindicalista declarou em Recife, capital do estado de Pernambuco (nordeste), que a luta não acabou após a sua libertação.

A luta será para libertar o Brasil desta quadrilha de milicianos que se apoderaram do país, assinalou no Festival Lula Livre, em clara alusão ao governo de Bolsonaro, que estabelece políticas de ataques aos direitos sociais de toda a população e de isolamento dos estados do nordeste.

Em um discurso permeado de gratidão às pessoas que o apoiaram na Vigília Lula Livre e através dos comitês distribuídos por todo o país, Lula discursou para o povo do nordeste durante espetáculo cujo objetivo era homenageá-lo e pedir justiça.

Por fim, criticou Moro novamente (ministro da Justiça), o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, Bolsonaro e a TV Globo, que trabalham “para destruir a esperança no país alimentando o ódio e as milícias”.

Veja o vídeo:

Prensa Latina