TRF-4 condena Lula mesmo após confirmação da parcialidade de Moro
Os advogados que representam o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram, nesta terça, um pedido para que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) suspendesse o julgamento sobre o sítio de Atibaia, um dos processos abertos contra o ex-mandatário no marco da Lava Jato, processo que atribui a propriedade a Lula de uma residência localizada em Atibaia, no estado de São Paulo.
Para os representantes legais de Lula, as declarações públicas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deixaram claro que o ex-juiz não possuía a imparcialidade necessária para julgar Lula, nem neste, nem em nenhum processo.
No entanto, o pedido dos juristas foi contestado de forma negativa na quarta (6) pelos integrantes da 8ª Turma do TRF-4, com sede na cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná.
Entre as revelações, uma das mais importantes foi o reconhecimento por parte de Jair Bolsonaro de que havia prometido a Moro, quando ainda desempenhava suas funções como juiz, nomeá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF) após ocupar o posto máximo do Ministério da Justiça durante um tempo.
De acordo com as informações da revista Fórum, os advogados de Lula afirmaram que as negociações entre Bolsonaro e Moro, “que antes eram qualificadas como ‘especulações’, foram agora confirmadas” pelo mandatário da ultra-direita.
Além disso, os advogados de Lula ressaltam outras afirmações do presidente e também do vice-presidente, o general Hamilton Mourão, que levantam suspeita de que a promessa da nomeação de Moro para o STF havia sido realizada quando o ex-juiz ainda atuava em processos contra o líder de esquerda.
Segundo manifestaram os advogados de Lula, neste momento é necessário aguardar o que ocorrerá com o pedido realizado por Celso de Mello, integrante do STF, para investigar as acusações feitas por Moro contra Bolsonaro no momento de sua demissão, para poder esclarecer a relação entre ambos, e então permitir que o julgamento do ex-presidente siga adiante.