19 de maio de 2018

Nos últimos trinta anos o Brasil reconquistou o seu papel relevante na América Latina e no quadro internacional. Economicamente, consolidando sua presença no grupo dos países dos BRICS e no G20, tornou-se destino de investimentos estrangeiros (inclusive da Itália), graças a uma conjuntura favorável para as matérias primas e as riquezas naturais das quais é muito rico. Politicamente, deixando atrás a experiência da ditadura militar, reforçando o Estado de direito e desenvolvendo a própria democracia, graças a obras de presidentes, muito diversos entre eles, mas que permitiram e favoreceram este processo: Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Socialmente, graças à politica de assistência, redistribuição, inclusão e educação, que permitiram a mais de trinta milhões de pessoas saírem da pobreza dando a elas direitos e dignidade de cidadãos.

A personalidade que mais encarna esta inédita experiência é Lula. O líder democrático desta geração, sendo erigido símbolo do resgate das massas oprimidas que, como Presidente, soube agir no âmbito da democracia, da aceitação do mercado, das regras internacionais, garantindo e ampliando a independência da magistratura, investindo na amizade com a Europa e USA, sem subalternidade. Lula foi o Presidente democraticamente mais votado e, quando se encontrava no máximo da própria popularidade e com uma maioria amplíssima, recusou a hipótese de introduzir modificações constitucionais que lhe permitiriam alcançar um terceiro mandado consecutivo.

Fenômenos de corrupção na vida pública, presentes historicamente no Brasil, foram perseguidos nos 30 anos democráticos, mas a estrada para superá-los é ainda longa e complexa.

O impulso das politicas públicas elaboradas por Lula incentivaram uma transformação econômica e social do Brasil dando consistência a processos de industrialização e criando condições para a afirmação de uma classe média difusa. Estas politicas tiveram muitos apoiadores (os beneficiários e os setores menos retrógrados e mais abertos da população) e muitos opositores (aqueles que sentiam uma redução dos próprios privilégios ou da própria condição social).

Estes dois setores foram às ruas. Mas em torno do segundo se concentrou um bloco composto de interesses, de rancores, de espírito de vingança e de reação violenta e difusa contra os pobres não mais confinados nas favelas.

Setores da magistratura ideologicamente “militante”, grandes interesses econômicos, potentíssimos meios de informação e manipulação midiática, uma direita revanchista e abertamente nostálgica da ditadura. Este aglomerado de forças reacionárias tinha um só objetivo: através de Lula, golpear as políticas que deram voz, dignidade de cidadãos e presença civil a estratos mais pobres do Brasil profundo.

Mesmo tendo as nossas convicções sobre o tema, e baseados na experiência do nosso pais, julgamos que não cabe a nos dar o juízo sobre estes acontecimentos, mas ao povo brasileiro, aos eleitores brasileiros. E os eleitores brasileiros não poderão exprimir-se livremente se nas próximas e iminentes eleições presidenciais porque será excluído, em função de uma ação judiciaria controversa, o próprio candidato de maior apoio na opinião publica: Lula da Silva.

Por estas razões a Assembleia Nacional do Partido Democrático reunida em Roma, em 19 de Maio de 2018, espera que o Brasil e o seu povo não sejam defraudados de uma componente fundamental da sua própria história recente e que os eleitores decidam sobre seu próprio futuro. O Partido também espera que as instituições do Brasil, para nós da Itália, Pais irmão, possam encontrar uma saída do curto-circuito político-judiciário consentindo ao Presidente Lula de candidatar-se para as próximas eleições presidenciais, deixando que seja o próprio povo brasileiro a escolher livremente o próprio presidente.

 

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