Lula “por direito” deveria ser presidente, diz Chomsky após visita
Lula está animado e “por direito” deveria ser o próximo presidente do Brasil. A avaliação de Noam Chomsky, linguista, filósofo e um dos mais brilhantes ativistas da esquerda contemporânea. De passagem pelo Brasil, ele foi a Curitiba nesta quinta-feira (20) para uma conversa com o ex-presidente.
“Foi uma experiência maravilhosa, não é todo dia que se encontra uma figura extraordinária do século XXI e que por direito deveria ser o próximo presidente do Brasil”, contou ele. O ex-ministro Aloizio Mercadante e a ativista Valeria Wasserman, esposa de Chomsky, também participaram do encontro.
O professor disse ainda que ele e Lula falaram sobre a concentração midiática no Brasil e na América Latina e discutiram saídas para essa questão. “Ele enfatizou que em seus mandatos, houve uma enxurrada de ataques da mídia, que obviamente enfraquecem e confundem a opinião pública.”
Contagiado pela energia do ex-presidente, ele lembrou de um diálogo que os dois tiveram há mais de 20 anos, antes de Lula ser eleito presidente do Brasil pela primeira vez. “Quando conheci Lula, há vinte anos, ele me disse que jamais acreditou que seria eleito. Mas foi e fez coisas maravilhosas. É um sinal para o futuro.”
Ele se junto ao coro dos que pedem a liberdade de Lula e reforçou o quanto o momento eleitoral brasileiro é decisivo para o futuro. “Esse período pode trazer um declínio permanente, ou transformar o Brasil no ‘colosso do Sul’ que foi previsto a 100 anos e começou a acontecer sob a liderança de Lula. Então: ‘ Lula Livre!’”
Os três foram unânimes em enfatizar a empolgação do presidente com as eleições, mesmo preso há mais de 5 meses e impedido de concorrer. “Saímos de lá com vontade de chorar, mas o sorriso dele é contagiante e deixa a gente ainda mais motivado para lutar aqui fora“, disse o ex-ministro. “Lula é gigante, e a coragem que ele tem é dos inocentes”, completou Valéria.
Três recados de Lula
Coube a Mercadante transmitir as recomendações do presidente para a militância e o partido. A primeira delas é que ele tem a absoluta convicção de que Haddad vai vencer as eleições. “Ele tem uma avenida para crescer e vai continuar crescendo”, disse Mercadante.
Lula também pediu que a militância não fique esperando as pesquisas e nem “assistindo” a campanha acontecer mas, nas palavras do ex-ministro, “vá amassar barro na rua e fazer a mobilização de casa em casa, porque o futuro depende desses vinte dias que nós temos [até o primeiro turno].”
O presidente também sugeriu que o partido promova caminhadas pela paz em todo o Brasil, mostrando que os problemas do país não se resolvem com a violência e o autoritarismo e sim com escolas, museus, emprego e oportunidades. “O Brasil precisa de paz, e o caminho de paz é Fernando Haddad presidente”, completou Mercadante.