Lula: Fui julgado politicamente e serei libertado politicamente pelo povo
Antes mesmo de saber, por meio dos advogados Luiz Carlos Rocha e Emidio de Souza, o resultado do julgamento do recurso da defesa no STJ, Lula já havia antecipado o seu veredicto: não há outro caminho que o leve à liberdade senão a mobilização popular. “Fui preso politicamente e serei libertado politicamente pela luta do povo brasileiro”, confidenciou o ex-presidente aos juristas nesta terça (23).
Logo depois, Lula foi informado sobre a redução da pena para oito anos e 10 meses no escandaloso processo do tríplex do Guarujá e reagiu com a sobriedade de quem tem a exata noção do que significa para os seus adversários mantê-lo longe das ruas. “Não tem o que comemorar. A pena tinha que ser zero. A pena não tinha que existir. Vou lutar até o fim pela minha inocência”.
A avaliação é corroborada por Emidio de Souza, que tem acompanhado com cautela os novos desdobramentos de um processo que tem chocado o mundo jurídico desde a vergonhosa condução coercitiva aplicada por Moro para desmoralizar Lula – de lá para cá, muitas outras arbitrariedades vieram à tona até culminar no cárcere político que o tirou das eleições de 2018.
“Eles reduziram a pena hoje, mas continua sendo uma condenação injusta. Eles inventaram um problema e não sabem como resolver este problema. Desde o Dallagnol, depois pelo Moro, pelo TRF-4 e agora pelo STJ. Tudo só comprova de que se trata de uma condenação política”, explica Souza.
Apesar da conspiração escancarada para impedir Lula de assumir o seu terceiro mandato como presidente (segundo todas as pesquisas de opinião antes das eleições), Luiz Carlos Rocha concorda com Lula sobre o antídoto para frear novas injustiças.
“Nós vamos continuar brigando em todas as esferas porque isso é necessário, tanto aqui no Brasil quanto na ONU, sempre com a esperança de conseguir avançar em alguns aspectos como ocorreu hoje. A luta é dura porque os adversários são terríveis e impetuosos. Por isso a nossa resistência tem que ser tão dura e impetuosa quanto a disposição deles em nos condenar”, aponta.