2 de outubro de 2020
A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, reconheceu em sentença proferida no dia 24 de setembro que não houve ilegalidades relacionadas às palestras de Lula. Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress

A juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, reconheceu em sentença no último dia 24 a legalidade de 23 palestras do ex-presidente Lula a empreiteiras investigadas na Lava Jato. A força-tarefa também reconheceu “ausência de prova suficiente” de crime em relação ao ex-presidente.

“Não houve comprovação de que os valores bloqueados possuem origem ilícita. Deve-se presumir sua licitude”, afirmou Hardt na decisão. A magistrada então autorizou a liberação de metade dos R$ 9,3 milhões que estavam bloqueados na conta do ex-presidente. A informação é da revista Veja, publicada nesta sexta-feira (2).

“A justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros de Luiz Inácio Lula da Silva baseava-se na suspeita da prática de crimes envolvendo as palestras ministradas pelo ex-presidente. Todavia, a autoridade policial concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o MPF. Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais se sustenta”, continuou Hardt.

Nas redes sociais, Lula comentou sobre a reportagem da Veja, destacando os anos de perseguição contra ele e o PT. “Até a Veja precisou reconhecer depois de cinco anos de mentiras”, afirmou. “Quando saí da Presidência achei que ia ter paz. Fizeram minha vida virar um inferno. Tudo porque o pobre trocou o busão pelo avião e isso assustou os ricos”, continuou em outra publicação.

Durante os cinco anos de investigações contra o ex-presidente, a Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre Lula antes mesmo de fazer um pedido formal para ter acesso a ela. Conforme divulgado pelo Intercept Brasil, o caso ocorreu em 2016, semanas antes da condução coercitiva de Lula.

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